quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Aparelho Psíquico segundo a visão junguiana

A psique é definida por Jung pela descrição dos lugares psíquicos e pela descrição dos processos que religam permanentemente esses lugares. Além disso, a psique é uma realidade viva e dinâmica que inclui tanto o eu quanto seus parceiros. Todas essas manifestações psíquicas se inscrevem dentro de uma concepção de totalidade.
Os lugares psíquicos seriam: a consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. A consciência é entendida pela relação de conteúdos psíquicos com o eu, sendo que esta relação é percebida por este. O eu é o centro da consciência, apesar de suas bases inconscientes. Ele se constitui de duas bases (somática e psíquica) e parece resultar do entrechoque com o mundo exterior e, posteriormente, com o mundo interior também.
O inconsciente pessoal é exclusivo de uma psique individual, ou seja, todos os seus conteúdos pertencem ao próprio sujeito. Muitos desses conteúdos podem ser acessados pelo eu consciente, já que existem vários níveis de inconsciência. Geralmente, o inconsciente pessoal é chamado de sombra (que é um dos parceiros do eu), já que esta personifica tudo aquilo que o sujeito recusa conhecer ou admitir em si próprio. A despeito disso, a integração da sombra se faz muito necessária ao processo de alargamento da consciência.
O inconsciente coletivo seria aquilo que o indivíduo possui de universal e humano em si mesmo, tratando-se, assim, de uma estrutura aparentemente universal. No inconsciente coletivo existem os arquétipos e as imagens arquetípicas, que são a base para os complexos do inconsciente pessoal.
O inconsciente, de uma maneira geral, tem a grande função de compensação em relação à consciência. Ou seja, na medida em que a realidade exterior provoca uma reação qualquer no indivíduo, imediatamente seu inconsciente reage, emanando de suas profundezas uma resposta adequada e em conformidade com a totalidade da psique. Sendo assim, a psique total seria regulada por um centro (Si-mesmo) que estaria em constante diálogo com o centro da consciência que é o eu.
O eixo eu - Si-mesmo, portanto, teria a função de conduzir o processo de individuação, que é a realização do Si-mesmo. O objetivo do processo de individuação seria o próprio Si-mesmo, que é o arquétipo que promove as grandes transformações individuais, além de ser o ponto central de todo o indivíduo. O Si-mesmo abraça todo o sistema psíquico pela força de sua numinosidade.
Com o propósito de fortalecer o eu, existem mediadores nesse processo, que são chamados de parceiros do eu. Esses parceiros são a Persona, a Sombra, a Ânima e o Ânimus.
A persona se caracteriza pelas atitudes conscientes em relação ao mundo externo. O complexo da persona é constituído por forças que podem ser organizadas na consciência. Além disso, a persona sugere um sistema de adaptação e compromisso do indivíduo com o social, já que está voltada para o mundo exterior e servindo de mediadora entre o eu e este mundo externo.
A sombra representa as exigências e os desejos mais fracos e menos adaptados que ficam fora do campo da consciência. A sombra seria uma espécie de anti-eu que se forma em oposição tanto ao eu quanto à persona, constituindo-se, portanto, do que é reprimido pela persona por ter sido considerado negativo.
A ânima e o ânimus são mediadores junto aos conteúdos mais profundos da psique. São uma ponte entre a singularidade concreta do indivíduo e o inconsciente coletivo. A ânima é o arquétipo sexual feminino no homem, enquanto o ânimus é o arquétipo sexual masculino na mulher.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pensamentos de Carl Gustav Jung

"Não seja perfeito, mas tente, por todos os meios, ser completo." C G Jung

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“A maioria das coisas depende muito mais da maneira como as encaramos, e não de como são em si. Vale muito mais a pena viver as pequeninas coisas com sentido, do que as maiores, sem sentido.” C G Jung

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"... consciente e inconsciente não se acham necessariamente em oposição, mas se complementam mutuamente, para formar uma totalidade: o Si-mesmo." C G Jung

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“A camada mais profunda que conseguimos atingir na mente do inconsciente é aquela em que o homem ‘perde’ a sua individualidade particular, mas onde sua mente se alarga mergulhando na mente da humanidade – não a consciência, mas o inconsciente, onde somos todos iguais.” C G Jung

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“O centro da personalidade total não coincidirá mais com o eu, mas sim com um ponto situado entre o consciente e o inconsciente. Este será o ponto de um novo equilíbrio, o centro da personalidade total, espécie de centro virtual que, devido à sua posição focal entre consciente e inconsciente, garante uma base nova e mais sólida para a personalidade. (...) Eu poderia exprimir a mesma coisa, nas palavras de S. Paulo: ’Mas não sou eu quem vive, e sim o Cristo que vive em mim’. Ou poderia invocar Lao-Tsé, apropriando-me de seu conceito do Tao, o caminho do meio, o centro criador de todas as coisas. Todas essas formas de dizer exprimem a mesma realidade.” C G Jung

Objetivo do Blog

Criei esse blog com o objetivo de divulgar meu trabalho de psicóloga clínica na cidade de Resende / RJ e também compartilhar pensamentos sobre a Psicologia e assuntos relacionados ao Auto conhecimento.

Concluí a graduação em Psicologia em 1998, na PUC-RJ. Participei da primeira turma de pós graduação em "Psicoterapia Junguiana e Imaginário", coordenada pelo Dr. Álvaro Gouvêa (PUC-RJ). Tenho muita afinidade com a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.

Mais recentemente, em 2009, iniciei a formação de facilitadora do Pathwork - com a professora Gloria Costa.

Tenho consultório no Surubi, numa chácara, à beira do rio Paraíba. Quem tiver interesse em marcar uma primeira entrevista (gratuita), pode falar comigo por email (nandasai@yahoo.com.br), ou pelo celular (24) 9991-6959.